
JOHNY´S MUSICBOOK

Ao longo do ano foram muitos os álbuns de qualidade editados, nós escolhemos aqueles que para nós são os melhores de 2013!
Ao longo das próximas semanas iremos mostrar o nosso top 30 por ordem crescente!
MELHORES ÁLBUNS INTERNACIONAIS DE 2013

30. CHANCE THE RAPPER "ACID RAP"
O nosso primeiro álbum é oriundo dos EUA, mais propriamente de Chicago! O responsável por ele chama-se Chancelor Bennett, o seu nome artistico é Chance The Rapper e é um cantor hip hop com apenas 20 anos!
No seu ainda curto curriculo no mundo da música conta apenas com 2 álbuns, um editado em Abril de 2012 intitulado "10 Day" e este "Acid Rap" editado em Abril de 2013 que lhe valeu rasgados elogios pela critica nacional e internacional, projectando em jovem para um patamar que o próprio provavelmente não estaria á espera!
O que é certo é que o álbum é muito bom e portanto a critica é mais que merecida, prova disto é a inserção deste álbum no top 30 da Johny´s Musicbook!
Oicam-no que vale bem a pena!

29. PALMA VIOLETS "180"
Também são novos nestas "andanças", são Ingleses e chamam-se Palma Violets!
A banda foi formada em 2011 num encontro casual no festival de Reading pelos actuais membros da banda: Samuel Fryer (voz e guitarra) e Chilli Jesson (voz e baixo), Jeffrey Peter Mayhew (teclas) e William Doyle (bateria). Os próprios admitiram posteriormente que a formação da banda nasce de uma frustração que todos tinham em comum, ao irem assistir a outras bandas e o sentimento era que não podiam sentir a música senão fossem eles próprios a criá-la!
São uma banda indie, com influências de punk rock e rock de garagem, a sua música de maior sucesso "Best of Friends" foi votada em 2012 como a canção do ano para a revista britânica NME, fazendo destes miudos muito cedo umas pequenas estrelas e que assinassem com a respeitada editora indie Rough Trade Records!
O tão aguardao álbum aparece em Fevereiro de 2013 e chama-se "180" ( o nome provêm do espaço artistico Londrino: Estúdio 180) e é para nós um grande inicio para esta banda que promete muito dar que falar nos próximos anos!

28. UNKNOWN MORTAL ORCHESTRA "II"
Os Unknown Mortal Orchestra são um projeto americano/neozelandês municiado pelo cantor, compositor e guitarrista Ruban Nielson, A banda é composta actualmente (para além de Ruban Nielson), por Jake Portrait e Rileu Geare,
No seu ainda curto curriculo (formada em 2010) editaram já 2 álbuns, um homónimo em 2011 e em 2013 o segundo álbum, o elogiado "II" e um EP ("Blue Record")
Tiveram o ano passado no Vodafone Paredes de Coura, num concerto muito elogiado pela critica, já a apresentar este seu último álbum editado em Fevereiro. Na altura a banda confessou ter ficado encantada com o púlbico português e prometeu voltar muito em breve . Esse "breve" foi no final de 2013, com um concerto a 30 de Novembro na Casa da Música (havia também um em Lisboa, mas foi cancelado).
O que é certo é que a banda tem vindo a ganhar cada vez mais adeptos no nosso país e isso deve-se muito a este seu novo álbum, que ocupa a possição 28 no nosso top do ano!

27. PEACE "IN LOVE"
Há uns tempinhos, descobrimos esta banda e ficámos encantados com o seu som, na altura eram apenas duas músicas que se conhecia, entretanto editaram um álbum, passando de promessa a confirmação para já. Tal com o álbum dos Palma Violets que já falámos, esta banda era outra grande promessa e o que podemos dizer é que esta, na nossa opinião não prometia tanto com a anterior e o álbum veio dizer o contrário! Um excelente álbum de estreia!
Faz-nos lembrar um pouco de outra banda que apareceu nos últimos anos: "Two Door Cinema Club", apesar de cada banda ter o seu próprio som, no entanto têm em comum o talento e o tipo de música, sabe bem ter este álbum no nosso leitor, anima-nos e traz-nos uma boa vibe!
"In Love" foi produzido nada mais nada menos que Jim Abbiss, produtor do álbum de estreia dos Arctic Monkeys. Isso mostra-nos o bom tutor que Harrison, Dominic, Samuel e Douglas (membros que compõem a banda) tiveram no estúdio. O resultado foi um álbum redondo, praticamente sem falhas na sua execução, com identidade e muito maduro.
Abaixo deixamos 2 faixas do álbum: "Bloodshake" e a música que o encerra, intitulada "California Daze" - ambas presentes em Delicious (o EP da banda)!
O álbum de estreia é sempre uma tarefa difícil. Com "In Love", os Peace consegem mostrar ao que vieram e quem são, mostrando um cartão de visita daqueles que vamos guardar na nossa carteira e no nosso top de melhores álbuns do ano por muito e muito tempo!

26. THE CHILD OF LOV "THE CHILD OF LOV"
Não é um álbum perfeito mas é um bom álbum, especialmente 4 músicas que a compõem:
O single de lançamento, Heal, é bem interessante ao lembrar muito Gnarls Barkley com uma voz cortada e um coro de vozes de fundo, fazendo uma boa mistura entre Rock e Soul. As outras são Fly, Warrior e Give it to the People. As duas primeiras são claramente exercícios inspirados nos TV on the Radio, e são bem sucedidos, principalmente Warrior que traz uma melodia bem interessante. A última é uma brincadeira meio Reggae\Dub que traz um sopro um pouco mais brilhante.
Por muitos a critica não foi a melhor para este rapaz , tendo em conta as participações no seu álbum de estreia, o exemplo é Damon Albarn dos Blur, no entanto nós nao concordamos com essa opinião, achamos que o álbum apesar de ser meio parado, tem um estilo próprio e o seu ritmo.
Infelizmente este foi o primeiro e último trabalho do músico belga Martijn Teerlinck (26 anos), mais conhecido pelo seu projeto The Child Of Lov, tendo falecido no passado mês após complicações numa cirurgia (eram vários os problemas de saúde que tinha). Segundo o seu manager "Ele viveu uma vida de luta e pode agora descansar", "nas suas próprias palavras: 'quando era novo, tive problemas físicos. Vi tantas camas de hospital. Tornou-me mais forte. Faz com que percebamos que a morte está sempre perto e o quão fantástica é a vida e o quão agradecidos devemos estar'.
Deixamos aqui a nossa homenagem e o nosso tributo ao seu álbum!

25. CHVRCHES "THE BONES OF WHAT YOU BELIEVE"
Com tantas bandas novas por aí, torna-se cada vez mais dificil algumas bandas criarem um grande grupo de seguidores e se espalharem por todos os cantos do mundo. O trio escocês CHVRCHES é uma das poucas que tem nas suas mãos o potencial de realizar isso e por todos os indicativos que deu até agora é muito provável que em breve o grupo de Glasgow se torne mais um daqueles fenômenos mundiais com ampla aceitação da crítica e do público.
O interessante é que a banda faz um som que por mais que se encaixe num nicho (bem) especifico (o Synthpop, no caso), consegue apresentar outros tantos atractivos ao ouvinte, que por mais que não esteja familiarizado com o uso dos sintetizadores consegue se identificar com a musicalidade Pop do trio. E Pop talvez seja o adjetivo que melhor defina o som de Lauren Mayberry, Iain Cook e Martin Doherty.
Se isto ainda não está tão claro, vamos deixar abaixo alguns dos motivos pelo qual os CHVRCHES pode-se tornar uma das vossas bandas favoritas (sé é que ela já não é!).
Este álbum de estreia " The Bones Of What You Believe" é a "cereja no topo do bolo"!

24. LORDE "PURE HEROÍNE"
Natural da Nova Zelândia e com apenas 17 anos de idade, Ella Yelich-O'Connor, que usa o nome artístico Lorde, está a ter uma ascensão astronómica no mundo da música. Depois de ter colocado o seu single "Royals" no primeiro lugar da tabela do iTunes nos Estados Unidos, destronando pesos pesados da indústria musical como Katy Perry (com Roar) ou Miley Cyrus (com Wrecking Ball) agora, foi considerada pela famosa revista 'Time', como a adolescente mais influente do mundo em 2013.
A provar a distinção da revista está o facto de o recentemente eleito presidente da câmara de Nova Iorque, Bill de Blasio, num discurso sobre a desigualdade económica, ter subido ao palco ao som de "Royals". A cantora, apesar da juventude, revela uma personalidade forte e bem vincada, tendo recusado recentemente um convite para acompanhar Katy Perry numa tourné dizendo que "não se iria sentir bem". A jovem já tinha recusado uma colaboração com o DJ e produtor David Guetta, dando um rotundo não á proposta do seu manager, Scott Maclachlan, que considerava que a colaboração com Guetta poderia ser um passaporte certo para o sucesso de vendas de Lorde. No entanto, a jovem disparou: "Não, nem pensar, ele é tão grosseiro".
A jovem cantora parece saber para onde quer ir e afirma não querer ser "moldada pela indústria". Admiradora confessa do recentemente falecido Lou Reed, Lorde afirmou sobre o músico que "o Lou Reed ensinou-me que a honestidade inflexível é uma ferramenta muito poderosa na composição de canções".
Lorde foi descoberta quando tinha apenas 12 anos pelos observadores da Universal Music num programa de talentos na sua escola, onde cantou "Warwick Avenue", da cantora galesa Duffy. Mas não quis ser uma artista moldada pela indústria: escreve as suas canções e faz questão de decidir tudo sobre o seu rumo musical. Os críticos têm elogiado o seu som inovador, a voz muito característica e a maturidade das suas letras, dizendo que é uma estrela nata. Lorde nasceu sem grandes possibilidades monetárias e diz que essa é uma das razões para o seu sucesso.
Este seu álbum "Pure Heroine" só vem explicar o porquê disto tudo! Oiçam!

23. QUEENS OF THE STONE AGE "...LIKE CLOCKWORK"
É uma pura coincidencia, o facto de ter escrito o nosso nº 23 e poucos dias antes ter sido anunciado que voltariam a Portugal novamente, desta feita voltam para o Rock In Rio´14!
Quanto á banda penso que dispensa apresentações, tem uma legião de fãs por todo e mundo e tiveram muito tempo parados (desde 2006) e o tão aguardado regresso aos trabalhos foi dos mais aguardados pelo mundo da música! Pois bem, eis que em 2013 voltam e mais uma vez com um excelente álbum: "...Like Clockwork" é o 6º trabalho de originais da banda e foi lançado em Junho de 2013, contando com as participações especiais de Trent Reznor (Nine Inch Nails), Elton John, Alex Turner (Artic Monkeys), além dos regressos de Dave Grohl, Nock Oliveri e Alain Johanes.
O regresso ás turnês da banda norte americana aconteceu em Março no Brasil onde a banda apresentou também o seu novo baterista Jon Theodore (ex- The Mars Volta), que se juntou a Josh Homme (voz e guitarra), Troy (Guitarra), Dean (Teclas) e Michael (baixo) e passou também por cá, no festival SuperBock SuperRock´13, concerto esse que tivemos o privilégio de assistir e foi excelente, mesmo!
"...Like Clockwork" = "We Like to much how QOTSA clock started to work again!"

22. VOLCANO CHOIR "REPAVE"
Enquanto Justin Vernon não volta com um novo álbum do seu Bon Iver, ele conseguiu-nos surpreender mais uma vez. Após um trabalho interessante com o trio The Shouting Matches há uns meses, chegou o ano passado ao público o bonito Repave da sua banda Volcano Choir.
Volcano Choir foi o projecto anterior a Bon Iver, que Vernon e companhia lançaram em 2009 com o álbum de estreia, Unmap. Em 2013 todos arranjaram um espaço nas suas agendas e voltaram a dar sequência à sua sonoridade que mistura o Post-Rock a sonoridades Indie, Experimentais e até da música Ambient para criar aquela atmosfera sublime que Vernon sabe fazer tão bem. Um álbum carregado de emoções e de músicas bonitas como "Byegone", "Comrade" e Keel".
Vernon têm sem dúvida um talento nato e único, oiçam o álbum e comprovem com os vossos ouvidos!

21. LAURA MARLING "ONCE I WAS AN EAGLE"
Regra Geral: Sempre que Laura Marling faz um novo álbum, este é sempre os melhores do ano!
E este ano não é excepção, o álbum é muito bom, prova disso é fazer parte do nosso top e ter sido nomeado para quase todos os top´s da critica musical e para os famosos Mercury Prize!
Once I Was an Eagle, o quarto álbum da inglesa é um conjunto de histórias cantadas de forma "angelical", exemplo disso é a lindissima "Once",mas todas as outras 15 músicas são muito coesas (até podem soar repetitivas para quem não tiver nesta onda, isso é um facto, mas se tiverem sabe mesmo muito bem ouvir o álbum de inicio a fim).
Forte e madura, Laura Marling mostra que sabe oscilar humores e dissertar sobre sentimentos sem medo de ser romântica e com um primor muito grande na instrumentação. Apaixonante e sublime,Once I Was an Eagle precisa ser degustado com tempo, portanto façam o favor de perder algum!


20. BEYONCÉ "THE VISUAL ALBUM"
O nosso top é marcado por uma série de estilos diferentes, foi assim o ano passado e volta a ser assim este ano, prova disso é este nosso nº 20!
Este álbum de Beyoncé foi para nós uma boa surpresa e é completamente merecedor de um lugar no nosso top!
19. MY BLOODY VALENTINE "M B V"
21 Anos depois eis que uma das bandas mais importantes do panorama Indie volta ao activo!
MBV é, essencialmente, a sequência directa de Loveless: guitarras apinhadas de reverberação e distorção, linhas melódicas que andam ao redor de si mesmas. Há, talvez, uma menor saturação de ruído, as melodias são menos acessíveis e ainda mais estranhas do que as de Loveless. Consensual parece ser, para já, a ideia de que é no fim que o disco se torna soberbo, com Nothing is e Wonder 2.
Há 21 anos Brian Eno dizia que em Loveless se encontravam algumas das mais vagas grandes canções pop alguma vez escritas. Não será que vai fizer o mesmo após ter saído este álbum?!
O nosso nº 19!

18. WAXAHATCHEE " CERULEAN SALT"
Katie Crutchfield nasce em Alabama mas é em Brooklyn que Waxahatchee, alter-ego assumido pela cantautora americana após a separação dos P.S Eliot, ganha vida.
American Weekend foi o seu primeiro disco enquanto Waxahatchee editado ainda em 2012, mas foi com Cerulean Salt que a crítica lhe caiu em cima com o peso que a artista já merecia. O disco que saiu para as lojas a 3 de Março com estampa da Don Giovanni Records, que se especializa no rock lo-fi underground norte-americano, rápidamente arrecadou as melhores críticas em todos os cantos que se interessa saber, como um selo de 8.4 dado pela Pithfork.
Gravadas em formato acústico, cruas e despidas de qualquer tipo de adereço, as canções de Waxahatchee tocam-nos de uma forma que demora a encaixar. Por vezes é na segunda ou terceira audição que a intensidade das suas letras encontra o seu cantinho para crescer dentro de nós para nunca mais sair.
Um nome a não esquecer no presente e num futuro próximo!

17. AUTRE NE VEUT "ANXIETY "
Autre Ne Veut é a banda de Arthur Ashin, que se intitula como o rei dos falsetes, e faz com que todas suas produções façam jus à isso. O seu primeiro álbum, Anxiety, lançado em fevereiro de 2013, causou comoção na crítica especializada com sua mistura de R&B, pop dos anos 80 e muito experimentalismo, que soa quase como uma mistura de Rhye, Jamie Lidell, Twin Shadow e muitos outros.
Nós cá gostámos muito do álbum e é o nosso nº17 do ano!
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16. DAUGHTER "IF YOU LEAVE"
Já falámos neles várias vezes e o sucesso vai-se espalhando por tudo o que é parte, prova disso é este seu trabalho de estreia, "If You Leave", colocado directamente no lugar 16 do nosso top!
Um álbum que nos faz viajar e nos mostra um indie folk cheio de intensidade e diria um tanto ou quanto "épico"!
Músicas como "Winter", "Smother", "Youth" e outras mais fazem deste álbum feito para quem ama vozes femininas, minimalismo e beleza musical: o fato de que sempre quando uma canção de If You Leave acaba, o mundo não parece mais tão triste e melancólico, tudoestá onde deveria estar, no passado!
Adoramos esta banda inglesa formada em 2010 por Elena Tonra, Igor Haefeli e Remi Aguilella e esperamos que venham brevemente a Portugal para os podermos ver ao vivo!
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15. DARKSIDE "PSYCHIC"
Psychic é o primeiro álbum do projecto do duo Darkside, formado por Nicolas Jaar e Dave Harrington, nos remete para algo de novo na cena musical. Este disco foi gravado durante os últimos dois anos, onde Jaar e Harrignton se dividiam entre a casa de Jaar em NY e um espaço em Paris que partilhavam, isto sempre que andavam em digressão.
A mistura entre os sons marcadamente electrónicos com sons mais terrenos, é tão estranha quanto viciante. Fazendo jus ao nome, este trabalho tem realmente graves e boas distorções da realidade a que estamos acostumados. A guitarra do multi-instrumentista Harrington é brilhantemente misturada com a electrónica de Jaar. Exemplo disto é a música “Golden Arrow” que roça quase a perfeição neste aspecto.
Não é um álbum fácil. Pode ser ou não dançável, pode ser ou não emotivo. Pode até nem ser nada mas por vezes parece que tem lá tudo. É muito experimentalista e é isso que o torna também tão bom, a música no seu melhor!
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14. RHYE "WOMAN"
Rhye são uma dupla de Los Angeles formada por Mike Milosh (Canadiano) e Robin Hannibal (Dinamarquês) e que gostam de se descontextualizar de qualquer tipo de história, evento ou rótulo. Quando surgiram, fizeram-no de forma anónima, lançando o EP Open sem qualquer tipo de pompa e circunstância, através de um vídeo no youtube onde se tira pouca ou mesmo nenhuma informação sobre o duo.
Já falámos neles várias vezes e sempre foi uma grande aposta nossa em 2013..não estávamos muito enganados...
“The Fall” foi o single que nos "prendeu". Parece que quanto mais ouvimos, mais queremos acasalar com a figura que a melodia constrói. A voz de Milosh também ajuda bastante, aquela falsa rouquidão subtil, sensual, adocicada, sedosa e efeminada (aliás, toda a gente achava que a voz era de facto de uma mulher, mas não!).
Todo o disco é preenchido por façanhas que não são pop, não são soul, nem são bem minimalistas, mas sim uma mistura de tudo isso ao mesmo tempo.
Normalmente não é um bom sinal quando se aponta os dois primeiros singles como dois dos momentos mais altos do registo, mas este não é um álbum qualquer. Aliás, nem é justo falarmos de “Open” e “The Fall” sem mencionarmos a funky “Hunger”, a lânguida “Last Dance” ou a deliciosa “Shed Some Blood”. Sim, nem tudo é um mar de rosas, até porque existem momentos menos inspirados em “One of Those Summer Days” Se estavam fartos de usar Barry White como a banda sonora para uma noite de romance, bom, então não procurem mais – isto é perfeito, e por razões totalmente diferentes.
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13. FRANZ FERDINAND "RIGHT TOUGHTS, RIGHT WORDS, RIGHT ACTION"
A banda voltou este ano à boa forma com um álbum de canções rock e refrões pop como nos habituram há uns bons anos atrás! Em «Right Thoughts, Right Words, Right Action» são, pelo menos, três as grandes músicas: «Love Ilumination», «Right Action» e «Evil Eye» naquele que é o melhor álbum desde o primeiro e um hipotético sucessor numa caminhada que se desviou no anterior «Tonight: Franz Ferdinand» para zonas sem iluminação.
É um álbum de galvanização, directo e espontâneo, que recupera os preceitos dessa colecção imparável de singles como era a estreia em 2004.
Depois de um terceiro longa-duração derivativo e pouco conseguido em que o compromisso entre guitarras e sintetizadores falhou - uma prova superada à primeira tentativa pelos Django Django -, este devolve-os ao seu posto de comando com cúmplices como os Hot Chip e Todd Terje. Mas não se pense que se trata de um disco de orientação electrónica. Voltaram os riffs fabulosos e é nessa arte de lançar as canções em poucos segundos que as mãos de Alex Kapranos valem ouro!
Esse ouro é a posição nº 13 no nosso top!
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12. LONDON GRAMMAR " IF YOU WAIT"
Os London Grammar são um projecto misterioso resumido na página de facebook com a breve referência: trio de Londres. “Hey Now” serviu de cartão de visita da banda que deixou a música falar por si, até ao lançamento do EP de estreia Metal & Dust, que apresentou por fim o alinhamento formado por Hannah Reid, Dot Major e Dan Rothman ao mundo em Fevereiro.
Faixas como “Hey Now” e “Metal & Dust” têm vindo a posicionar a banda como uma revigorante promessa a manter no radar, com a excelente voz de Hannah Reid a abrir trilhos por entre uma produção limpa e serena de filiação trip-hop, guitarras leves como ar, violinos e teclas de piano de alma dorida. Já foram comparados pela critica como os novos “The XX mais polidos e sem silêncios constrangedores”. .
"If You Wait" é o álbum que foi lançado em 2013 e desde aí tem levado esta banda para voos bem altos! Nós colocamos-o na honrosa posição nº 12!
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11. HAIM "DAYS ARE GONE"
Donas de uma carreira (ainda) curta mas extremamente promissora, as manas Haim chegam com o seu primeiro trabalho Days Are Gone, e que bem que ele nos sabe ouvir! O muito aguardado álbum foi gravado em Los Angeles, por entre uma tour com os Mumford & Sons, e conta com a produção de Ariel Rechtshaid (Usher, Vampire Weekend) e James Ford (Florence and the Machine, Arctic Monkeys).
Danielle, Alana e Este podem até não trazem nada de extraordinariamente novo à cena musical , mas um facto é que a música das californianas nos é familiar e isso não é necessariamente mau!
Days are not gone to this girls!
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10. DRAKE "NOTHING WAS THE SAME"
Entramos agora no nosso top 10!
"Nothing Was The Same" é para nós o melhor album de Drake na sua carreira, o canadiano arriscou por um pé fora do hip hop, nas camadas à M83 da lindíssima «Hold On, We´re Going Home».
Está encontrado um dos melhores álbuns de hip hop americano deste ano - os outros são a já anunciada mixtape «Acid Rap» de Chance The Rapper e outro álbum que faz parte do nosso top 10, aguardem...até lá deixamo-vos o álbum na integra para ouvirem!
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9. ATOMS FOR PEACE "AMOK"
O primeiro álbum de qualquer banda é, definitivamente, um marco. Enquanto ouvintes, não sabemos o que esperar. As referências, se é que existem, podem estar associadas aos membros que formam o coletivo. Mas no caso dos Atoms for Peace a coisa ganha outros contornos. Um grupo constituído por Tom Yorke, Nigel Godrich (Radiohead), Flea (Red Hot Chilly Peppers), Mauro Refosco (Forro and the Dark e Red Hot Chilly Peppers) e Joey Waronker (R.E.M.) ganha, de imediato, o epíteto de super.
E o primeiro álbum "Amok" não desilude nada, o álbum é daquelas experiencias de laboratório totalmente original, que faz ficarmos ainda mais fãs de Yorke e companhia!
O nosso nº 9!
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8. KAYNE WEST "YEEZUS"
Porque é que Kanye West é o músico negro mais importante desde Prince e Michael Jackson? Porque tal como os seus ídolos, nunca se satisfaz com o que já conquistou.
Não é por acaso que a capa é uma não-capa. E que «Yeezus» não foi promovido junto dos circuitos tradicionais. Porque se há coisa que este disco não é é convencional. «Yeezus» não soa a nada que já se tenha ouvido e se isso acontece é pela obsessão permanente em inventar novos desafios. Não há uma definição clara de que estilo de música estamos a escutar. Mas estas canções vêm de dentro num disco profundamente reflexivo sobre questões raciais, mais do que habitual digestão do triângulo fama-dinheiro-relações.
Kanye volta a jogar em grande! Nós voltamos a apostar nele no nosso top 10!
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7. DAFT PUNK "RANDOM ACCESS MEMORIES"
"Like the legend of the Phoenix"! A frase, do single Get Lucky - que lembra o loop de Voyager (Discovery, 2001) -, representa bem o desgosto dos robôs para com a falta de compromisso dos produtores electrónicos de hoje. A tecnologia trouxe facilidade e comodismo para essa nova leva: o software é o mesmo, os pacotes são os mesmos e tudo é feito de forma tão genérica. Random Access Memories (RAM) é exactamente sobre isso: mistura do que hoje é tão ténue entre o coração e o disco rígido.
Os 74 minutos do álbum são excelentes, as faixas complementam-se umas ás outras e o objectivo e a mensagem sao claramente fornecidas. Com um elenco escolhido a dedo, as participações foram fruto de homenagens a tanto aqueles que ajudaram a fazer a história da música, como àqueles que estão a fazer a história de hoje para o futuro.
Os franceses subiram claramente de nível, sairam da sua zona de conforto e ensinaram a muitos como se faz! O French House teve o seu espaço nos sintetizadores, ficou ao lado do Groove e do Jazz (com guitarras, trompetes e pianos) e mostrou fortes influências do Post-Rock com a bateria e percussão. Mostrou de forma orgânica, original e analógica como trazer vida à música.
Enquanto muitos correm em direção à tecnologia para se actualizarem, os franceses ensinam o caminho contrário, do encontro do artista com o estúdio, do contacto com os instrumentos. Well Done!
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6. ARCADE FIRE "REFLECTOR"
Depois de "Funeral" e "Suburbs" eis que a banda canadiana volta aos trabalhos com «Reflektor» e sempre que fazem novo álbum geralmente é criado um buzz muito grande á volta deles, merecido por sinal porque este álbum mais uma vez está cheio de qualidade, tanto ou mais que os anteriores (coisa dificil mas possivel pelos vistos!).
O álbum contou com uma participação de peso, James Murphy (LCD Soundsystem) e o habitual parceiro de estúdio Markus Dravs.
Em «Reflektor» há bongós insulares. Baixos à New Order. Ritmos afro-punk à Talking Heads. A influência disco nova-iorquino de James Murphy. Mas não é um disco electrónico apesar dos muitos sintetizadores que povoam as canções. Os Arcade Fire não perdem os refrões encorajadores como na fabulosa «Here Comes The Night Time». Nem a carga épica em canções como «Joan of Arc» e «Normal Person». Não é uma obra-prima mas é o melhor desde o imbatível «Funeral» e o álbum que os canadianos precisavam para recuperar o estatuto de referência!
Confirmam assim a regra, sempre que fazem um álbum estão no nosso top 10 do ano!
5. JAMES BLAKE "OVERGROWN"
O inglês James Blake nunca foi fácil de situar. Há três anos foi adoptado pela comunidade londrina afecta às correntes dubstep, mas percebia-se que não era unicamente um explorador com aptidão para as electrónicas. Depois, em 2011, saiu o álbum homónimo de estreia e percebeu-se que, para além das suas qualidades como produtor, era também um excelente cantor-compositor, o que se pôde constatar nos concertos que se seguiram.
O segundo álbum, Overgrown, reflecte-o, é o pico da carreira do cantor/produtor até ao momento, um álbum muitissimo elogiado pela critica que lhe valeu o prémio de melhor álbum do ano de 2013 de acordo com os famosos Mercury Prize!
O álbum está carregado de sentimentos, emoções percorrendo sempre caminhos em vários estilos e comprovando que James Blake é um artista super completo!
Para nós é um excelente álbum e como tal ocupa o nosso top 5!


4. VAMPIRE WEEKEND "MODERN VAMPIRES OF THE CITY"
Normalmente, dizer que uma banda está mais madura é apenas um eufemismo. Significa que está mais chata, perdeu todo o interesse e já ninguém quer saber dela, nem sequer quem gostava antes. O caso de Modern Vampires of the City, o terceiro dos Vampire Weekend, é diferente. O disco marca mesmo a maturidade deles, por muito foleiro que isso pareça. Modern Vampires of the City parece ter pouco input criativo do resto da banda, o que faz sentido, tendo em conta que o disco tem muito menos elementos (e ritmos) africanos, que até agora eram uma das grandes referências deles. Além disso, fala sobre envelhecer, desperdiçar a vida, os males de tentar viver cada momento ao máximo ou morrer, entre muitos outros temas, incluindo a própria música da banda.
O novo álbum é bem mais triste do que os seus antecessores, mas mantém o sentido de humor que Koenig e a banda sempre tiveram e, apesar de recorrer às vezes a sons que eles usam frequentemente, não é aborrecido nem soa a mais do mesmo. Quanto mais não seja pelos constantes efeitos, seja na voz manipulada artificialmente ou noutros elementos. É bonito, e um triunfo praticamente absoluto!
3. JAI PAUL "DEMOS"
Jai Paul surgiu no último ano com duas das composições mais belas e estranhas da eletrônica britânica recente: Jasmine e BTSTU. Sustentado em cima de colagens que vão do Soul ao Hip-Hop, o produtor mantém a mesma proposta para alimentar aquela que parece ser sua primeira grande obra.
A 14 de Abril de 2013, um user fez o upload de um album no Bandcamp que aparentava ser o tão esperado álbum do artista. Várias fontes, incluíndo a Pitchfork reportou que esse upload era o álbum de estreia de Jai Paul. No entanto no dia seguinte o próprio artista postou um tweet a confirmar que os rumores eram falsos e alertou oficialmente para não comprar o álbum: "As widely reported, on Sunday 14th April, music by XL Recordings artist Jai Paul was illegally made available via a fake Bandcamp account. This music was not uploaded by Jai and it’s not his debut album – it is a collection of various unfinished recordings from Jai’s past. Neither XL or Jai will take any money from the sale of this music."
Apesar de tudo isto, o conjunto de músicas que apareceram são fantástiscas e nós consideramos , assim como outras revistas da critica, um "álbum" fantástico e totalmente merecedor de o pôr no nosso top de melhores de 2013!

2. ARTIC MONKEYS "AM"
Chama-se AM e é o 5º álbum de estúdio da banda Britânica. O álbum que contém os singles “R U Mine?”, “Do I Wanna Know?” e “Why’d You Only Call Me When You’re High?”, é um disco que vale a pena ouvir pela primeira vez depois da meia-noite e, se for numa noite de insónia, ainda melhor! Esta obra-prima conta com o som já caraterístico da banda de High Green, Sheffield, com a adição de uns sabores do século passado. O tema principal volta a ser o romance, como é comum em várias músicas dos Arctic Monkeys. Josh Homme (vocalista/guitarrista dos Queens of the Stone Age), Billy Rider-Jones (antigo guitarrista dos The Coral, agora em carreira a solo) e Pete Thomas (baterista de Elvis Costello) são os artistas que colaboram neste álbum, dando uma pitada do seu próprio estilo à banda britânica. AM foi produzido no Sage & Sound Recording, em Los Angeles, e no Rancho De La Luna, em Joshua Tree, California. A banda continua-nos a habituar a que sempre que editam um álbum ganham um lugar no nosso top, desta feita é o nosso nº2 do ano!
1. DISCLOSURE "SETTLE"
«Settle» é de longe o melhor álbum de música de dança do ano. Uma missão groove em que os singles se sucedem e a cena house é deslocada para o UK Garage. A música de dança nem sempre dá bem com álbuns. Na pista é quase sempre o single ou a remistura que valem mas se lembrarmos nomes como Daft Punk, Chemical Brothers, Basement Jaxx ou até os Justice, ou seja alguns dos deuses recentes da electrónica, todos eles recorreram ao formato longa-duração com a satisfação que se conhece. Aceitando que «Random Access Memories» dos Daft Punk não tem o corpo como destinatário, «Settle» é de longe o disco de dança do ano!
Um daqueles casos raríssimos em que o corpo e a mente são servidos com o mesmo primor. Há canções de groove fulgurante como «When A Fire Starts To Burn», «Stimulation» ou a magistral e já conhecida «White Noise» com os Aluna George, os irmãos Lawrence recentram atenções na cena. Líderes de um movimento em que o UK Garage e o 2-Step são embebidos num som house voltado para refrões de partilha colectiva.
«Settle» é o cadeado de uma casa onde pára gente como Jessie Ware, Eliza Doolittle e o cantor Sam Smith. A dimensão pop é grande e o número de potenciais singles elevado. Os Disclosure estão na fina fronteira entre a a solidão do estúdio e a celebração colectiva. São produtores de ofício mas acima de tudo, sabem escolher os baixos certos e os beats adequados.
«Settle» é o álbum que mais faz dançar em 2013 mas talvez até seja mais do que isso...É o nosso nº 1!!!
Terminamos assim o nosso top de melhores álbuns internacionais do ano de 2013, esperemos que tenham gostado!

